Lei seca transforma bafômetro em peça de bar

Antes, aparelho era procurado principalmente por transportadoras e construtoras.
Bares e restaurantes viraram novos clientes de importadoras da peça.
Se antes os principais compradores de bafômetros eram transportadoras e construtoras que visavam flagrar pedreiros e motoristas bêbados, agora as empresas que vendem o instrumento lidam com nova freguesia: bares e restaurantes.


Em vigor desde o último 20 de junho, uma resolução proíbe o consumo de qualquer quantidade de bebidas alcoólicas por condutores de veículos. Antes, era permitida a ingestão de até 6 decigramas de álcool por litro de sangue.



Saiba quanto tempo é necessário esperar após beber



Por conta da 'lei seca', como ficou conhecida a resolução, as empresas que importam o bafômetro (ou etilômetros) dizem que as vendas aumentaram em até 200%.
Fabio Gambini, da Instrutemp, conta que antes da lei entrar em vigor, vendia em média oito peças por mês. “Nos últimos três dias, vendemos 50 peças”, diz.

Gambini afirma que antes da lei entrar em vigor a venda do produto era basicamente para construtoras e transportadoras. “Era para não terem peões ou motoristas alcoolizados trabalhando. Mas agora a procura é por donos de bares e restaurantes”, explica. “Até uma firma de advocacia, que queria usar para uma perícia, pediu”, completa.

Na loja na internet, a Instrutemp tem dois tipos de bafômetros, ambos não são homologados pelo Inmetro, o que não impede, segundo ele, de os resultados serem confiáveis. Os preços variam entre R$ 300 e R$ 800. “Antes o mais caro custava R$ 1.000, mas agora, como acabou o modelo mais barato, resolvemos baixar para vender também o outro”, afirma Gambini.

A Instrutherm também sentiu o crescimento nas vendas. Segundo o supervisor técnico, o aumento para o consumidor final foi de 10%. Já para distribuidores, foi superior a 100%. “E na procura, chegou a 50%”, diz José Nunes.

Por conta do ‘boom’ nas vendas, Nunes revela que o modelo mais simples já acabou no estoque.